quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Angústia


Por Márcia Novais






Macaúbas cresce e se desenvolve. E como toda cidade que cresce, ela carrega pontos positivos e negativos.
É muito bom ver nossa cidade com baixo custo de vida, pouquíssimos moradores de rua, violência quase zero, espaços públicos eficazes, paisagens lindíssimas, crianças brincando nas ruas...
Mas também é angustiante perceber que não damos o devido valor que ela merece.
Não sabemos sua história. Quantos nomes importantes já se perderam? Quantas mais construções antigas serão demolidas?
Não respeitamos sua escala. Quantos prédios mais serão construídos ao redor da praça principal? Até ela virar uma estufa?
Não nos damos conta da força que nós cidadãos temos. Até quando “essa política” irá nos oprimir e persuadir? Cadê a coragem para exercer de fato nossos direitos?
Desconhecemos nossa cultura. E o quanto ela é bonita.

Resumo do Texto Arte de Bené Fonteles

O texto de Bené Fonteles foi escrito para a ocasião do Encontro Mundial Arte e Identidade Cultural na Construção de um Mundo Solidário (São Paulo, 2001) e trata sobre a decadência da Arte. Depois de ter citado Duchamp, Picasso, Miró, entre outros, como mestres de uma Arte de resistência feita no início do século XX, o autor do texto diz que esta Arte de herança afunda “no pós-nada de um ‘modernismo’ oco”, ou seja, se transforma em uma arte vazia.

Após exaltar alguns artistas latinos importantes do cubismo, como Tarsila do Amaral, por buscarem uma identidade, Bené Fonteles questiona se, principalmente, os europeus e norte-americanos propõem na sua arte um projeto construtivo e humanista no século XXI. A resposta aparece claramente: essa arte é para consumo estético, sem idéias e ideais, obras de ambientes museológicos solitários.

O artista além de ter uma consciência criativa para produzir obras, deve ter também princípios filosóficos, éticos e espirituais. A Arte além de ser produzida para a sensação dos sentidos deve estimular a mente e a alma. Os “artistas ingênuos” pensando e agindo com egoísmo acabam por produzir uma arte individualista, esteticista e antiecológica, que é produto de marcado. Afinal, deixam de se guiarem por suas intuições e vivências solidárias apenas para se fixarem em teorias esteticistas pensadas na academia.

O que se pede no manifesto é que pessoas como Gandhi, Tereza de Calcutá e Guevara inspirem os artistas a terem uma resistência política e persistência espiritual, para que não se percam nos vãos da tecnologia virtual e no consumismo que agride a natureza, explorando os recursos naturais da Mãe Terra. Dessa forma, o elogio da Arte se dá naquela que “quebra os vidros da impotência, derruba os muros do medo”, ou seja, àquela que é idealista, feita com coragem, àquela que é instrumento de evolução da inteligência subjetiva e da promoção do espírito humano.

Por fim, não podem faltar ao artista um “estado de plenitude e felicidade” nem o exercício do livre arbítrio na responsabilidade solidária da vida. O artista na verdade deve ser um ARTIVISTA, pois além de ser um artista poético deve ser também um ativista político, uma fusão dos dois, que desperte o brasileiro da inconsciência nacional, que exija a felicidade e que produza uma Arte que inspire um projeto mais humano e pacífico aos aprendizes da Terra.